sexta-feira, 15 de maio de 2009

O comportamento Moral e a Política


A Ética é a ciência do comportamento moral dos homens em sociedade que visa investigar os princípios universais e teóricos. Enquanto que a moral parte dos princípios da ética para a esfera do comportamento humano. A função da moral é a de regulamentar as relações mútuas entre os indivíduos e entre estes e a comunidade. Paralelamente, a política abrange as relações entre grupos sociais através de suas organizações especificas que devem ser orientadas para consolidar, desenvolver e transformar os propósitos político-sociais existentes. A atividade política propõe a participação consciente e organizada dos setores da sociedade, daí os projetos e programas a serem desenvolvidos. Nesse caso o indivíduo encarna uma função coletiva e sua atuação se baseia no interesse comum.

Mesmo que o grupo social sempre esteja presente na moral, é o individuo que deve decidir pessoalmente, livre e conscientemente se assume ou não a responsabilidade pela decisão tomada. Os atos individuais somente adquirem o caráter político na medida em que se integram na ação do grupo social. Não obstante, a política e a moral são formas de comportamento que devem permanecer em relação mútua, sem perder suas características especificas, isto é, sem que uma absorva a outra, ou a exclua por completo. A absorção da moralidade pela política pode se refletir na agressão contra um país pequeno mesmo que o agressor trate de justificá-lo politicamente, no caso pela sua segurança nacional.

Na medida em que os povos colonizados não mais se resignam a serem dominados, os agressores recorrem à moral para justificar a agressão. A pretensa atitude moralizante está no modo “imoral” do colonizado, na sua indolência, na criminalidade interna, na hipocrisia que, por conseguinte, serve para justificar a necessidade de lhe impor uma civilização superior. Essa é a tragédia da política imoral que maneja pressupostos morais para legitimar medidas neocolonialistas. Desta forma a política possui um campo especifico que a impede de ser reduzida a uma esfera da moral. A política não deve apropriar-se da moral para aplicar projetos ideologicamente programados, a conseqüência última disso é a transgressão e o desrespeito pela dignidade humana.

Precisamente porque o homem é um ser social, que se desenvolve sempre individual e socialmente, com seu interesse pessoal e coletivo, não pode deixar de atuar, ao mesmo tempo, moral e politicamente. A moral e a política devem assumir uma relação de concordância recíproca. Essa mutualidade se efetivará em sociedade, nas relações da vida pública e a vida privada.

Em síntese o que precisamos é de uma nova moral, sendo esta, conseqüência de transformações radicais na relação homem, sociedade e natureza. Os políticos devem propiciar condições de possibilidade para as mudanças sociais, eliminando interesses antagônicos e principalmente os privados. Do mesmo modo a busca pelo mínimo senso ético-moral da responsabilização consciente pelas atitudes administrativas a fim de extinguir a indiferença perante aqueles que realmente devem ser assistidos. Por conseguinte, faz-se necessário, mais do que nunca, visar uma moral que considere o ser humano sempre como fim em si mesmo e nunca como meio.
Diego Losekam da Cunha

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