quinta-feira, 18 de junho de 2009

EUGENIA: uma boa linhagem?


A Eugenia adquiriu status científico e objetivou programar um método de seleção humana baseado em premissas biológicas. A busca pela valorização da beleza e a idéia de saúde física e mental, a questão da boa aparência e da eficiência para o mercado de produção e serviços estariam ligados ao resultado do aperfeiçoamento da espécie humana.

O pai da Eugenia, Francis Galton afirmaria a necessidade do aperfeiçoamento da espécie humana através da seleção natural ou artificial. Selecionavam uma “boa linhagem” de melhores exemplares humanos, aqueles que demonstravam ter as características mais adequadas para transmitir à geração seguinte e incentivá-los a reproduzirem-se, de forma a melhorar a espécie humana. Através da Eugenia se incentivava casamentos minuciosamente selecionados, nesse sentido a ciência médica assistia as famílias destinadas a povoar a sociedade perfeita. O médico passa a ser um elo importante entre a saúde e a beleza, ele é o responsável pela dimensão estética da humanidade, pois é de seu dever a purificação da raça. E, não obstante, se postulava que a inferioridade também era hereditária e a única maneira de livrar a espécie da degeneração seria através da esterilização, consentida ou não. Previa métodos como da eutanásia, do infanticídio e do aborto.

Com a descoberta da microbiologia por Louis Pasteur que repercutiu intensamente na medicina e na sociedade, suas idéias passam a ser fundadoras da saúde pública e da medicina social. A invenção das vacinas assim como outras técnicas curativas para as doenças epidêmicas desse período tiveram o papel de biologizar a política ao ditar normas de curar e regras higiênicas. Surgiram os médicos higienistas e as políticas sanitárias. Conseqüências? Desumanização do Outro. Propomo-nos agora, percorrer o caminho do bem além do ser, um caminho no chão da antropologia e da ética.

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